E aqui estamos... dois anos depois, tentando sobreviver à pandemia da melhor maneira possível. Tivemos que nos adaptar a esta nova forma de viver sem interações sociais, e agora estamos nos readaptando ao retorno à vida normal, depois de todo este tempo.
De uma hora para outra, pudemos provar nossa capacidade de resiliência. Muito se fala (e se critica) sobre o "novo normal" mas, assim como no conceito da resiliência, não voltaremos ao nosso estado original depois de uma mudança tão grande como esta. Então, o que podemos aprender com tudo isso? Quais coisas boas podemos levar da pandemia?
Em uma cidade grande e caótica como São Paulo, o primeiro choque das pessoas está sendo ter que voltar ao escritório, depois de tanto tempo trabalhando em casa. Estávamos em um estado de anestesia tão grande antes da pandemia, que achávamos normal passar horas no trânsito. Muitas empresas aderiram o home office ou o modelo híbrido como novo modelo de trabalho, mas para as que requerem o retorno ao escritório neste momento, seus funcionários perceberam como o stress e o tempo do trânsito impacta na sua qualidade de vida. No meu caso, com esta economia de tempo na minha vida, pude priorizar minha saúde, fazendo exercícios físicos com uma maior frequência e me alimentando bem em casa.
Outro dia, peguei um voo e me impressionei com a organização da fila de entrada e de saída do avião. Também observei o mesmo comportamento no teatro. As pessoas estão mais educadas, não ficam mais nos empurrando, desesperadas para entrar ou sair. Por que precisamos esperar por uma pandemia para mudarmos um comportamento tão simples de ser implementado?
No quesito higiene, passamos a ter um novo conceito do que é considerado limpo ou sujo. Hoje, lavamos mais as mãos do que antes, temos sempre álcool gel a tiracolo e acharíamos estranho ficar perto de uma pessoa com gripe ou ver um garçom trazendo nossa comida sem que estivessem usando máscara. Assim como toucas e luvas, as máscaras precisam ser tratadas como um item básicos de higiene em locais que cuidam da nossa alimentação e da nossa saúde.
Ouvi um infectologista brasileiro falando em um podcast que todas as epidemias nos trouxeram mudanças de comportamento e de higiene. Nos séculos anteriores, surgiu a necessidade de tomar banho, de lavar as mãos e de tratar a água que bebemos e que desprezamos. Da mesma forma, nos anos 80, com a proliferação da AIDS no mundo, também tivemos que nos acostumar a usar preservativos nas relações sexuais. Olhando para trás, as epidemias resultam em novos hábitos que não nos parece tão absurdos assim, não é mesmo?
É claro que eu não estou aqui para falar que a pandemia foi algo bom na nossa vida. Perdemos muitas pessoas queridas, sacrificamos nossa saúde, nos privamos das nossas conexões. Entretanto, sempre podemos tirar algo positivo de todas as situações da nossa vida, até mesmo das adversidades. Elas estão sempre aí para aprendermos algo novo, para aprimorarmos nossos processos e nossas interações sociais. E também para pensarmos com um mindset de crescimento e sairmos bem mais fortes após mais essa superação.
Comments
Post a Comment