Escrevi o post O que eu penso sobre feminismo há mais de um ano e, de lá para cá, algumas coisas mudaram na minha vida. Mudei de emprego, entrei em uma equipe com mais de 30 pessoas onde sou a única mulher, me engajei mais nas causas de diversidade de gênero... Também assisti a várias palestras e li muitos artigos relacionados a este tema, que me interessa e me impacta diretamente, sendo mulher e profissional da área de Tecnologia.
Mas o que não mudou foi a minha percepção em relação a tudo isso. Felizmente nunca me senti discriminada no meu trabalho por ser mulher e não me sinto mal por entrar em uma reunião apenas com homens, ou ainda por liderar equipes 100% masculinas.
No meu caso, apesar de trabalhar na área de Tecnologia, acabei focando minha carreira em gestão de projetos, por puro gosto pessoal. Mas também acredito que, para aquelas que desejem seguir a carreira técnica, não faz nenhum sentido haver esta barreira de entrada por puro preconceito.
Sim, as mulheres ainda são minoria nesta área, há pouca representatividade feminina na liderança e até hoje existe desigualdade salarial entre homens e mulheres, mesmo considerando que elas possuem um grau de instrução maior que eles. Mas também vemos que, nos últimos anos, houve um aumento significativo das mulheres na área de Tecnologia.
Da invenção dos algoritmos à dos compiladores, a participação feminina no mundo de Tecnologia é bem importante, embora não seja tão divulgado. Ainda há muito preconceito contra as mulheres no ambiente profissional, e muito ainda precisa ser feito para chegarmos em uma posição de igualdade.
É preciso que as empresas realizem campanhas de incentivo durante toda a jornada de trabalho, desde a contratação até o desenvolvimento e a retenção de mulheres em seu quadro de funcionários. Práticas como análise de currículo às cegas, capacitação de mulheres em skills de liderança, jornada de trabalho reduzida ou ainda políticas corporativas de repulsão ao assédio sexual, podem motivar cada vez mais a representatividade feminina no mercado de trabalho.
Da mesma forma, universidades e cursos técnicos profissionalizantes também precisam motivar mais a entrada de mulheres em cursos de STEM (Science, Technology, Engineering & Math) para ajudar a reduzir o déficit de profissionais qualificados nestas áreas. No podcast People I mostly admire, a atriz Mayim Bialik (famosa por interpretar a Amy na série The Big Bang Theory e também uma neurocientista na vida real) comenta que só se motivou a ser uma cientista a partir do momento em que aprendeu ciências pelos olhos de uma professora. Em sua opinião, homens e mulheres pensam de forma diferente, portanto também devem ser ensinados de forma diferente para que as coisas façam sentido!
Apesar de em menor quantidade, há muitas mulheres bem-sucedidas na área de Tecnologia, no mercado Financeiro ou na liderança de grandes empresas, e aquelas que desejam ingressar nestes mercados possuem vários exemplos inspiradores.
No fundo, queremos apenas ser repeitadas e tratadas como iguais, independentemente da nossa área de atuação ser técnica, científica ou qualquer outra. Sem mimimi, sem precisar mudar as regras gramaticais da Língua Portuguesa, sem exaltação ao feminismo. Apenas baseado na meritocracia e no reconhecimento do seu trabalho.
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