Desde pequena, sempre fui muito organizada. Adoro arrumar o guarda-roupas, as fotos, a mala... e eu literalmente entro no flow quando estou organizando alguma coisa. Não vejo o tempo passar e não me lembro de comer, de beber água e nem de dormir.
Já li diversos livros e assisti a vários programas ou séries sobre organização, que me deram muitas dicas sobre como organizar minhas coisas de forma cada vez melhor. Os que mais gostei foram A Mágica da Organização, de Marie Kondo (o livro e a série do Netflix), The Home Edit (série do Netflix) e Santa Ajuda (também no formato livro + série do GNT).
Recentemente, li também o livro Vida Organizada, da Thaís Godinho (que, além de outros livros sobre o tema, também possui um blog maravilhoso), que me fez pensar na organização da minha vida como um todo. Ela apresenta a organização de forma bem prática e funcional, com o objetivo de simplificar sua vida e não de tornar-se seu escravo.
A organização precisa ser mais fácil que a bagunça.
Mas eu não estou aqui hoje para dar dicas de organização, e sim porque, ao ler este livro, percebi que a organização é basicamente um exercício de definição de objetivos e priorização de atividades, para que você consiga administrar o seu tempo e focar no que é importante.
No fundo, isso tem tudo a ver com outros conceitos tratados em diversos contextos diferentes, como Avalie o que importa, de John Doerr, que descreve como implementar OKRs (Objectives and Key Results, uma abordagem de definição de metas agressivas para organizações) ou Me Poupe, de Natalia Arcuri, que fala sobre a definição de metas financeiras e conquista de objetivos pessoais.
O próprio conceito de agilidade, aplicado no mundo de desenvolvimento de software através de frameworks como Scrum ou SAFe também focam na definição de objetivos por um período de tempo específico (seja uma sprint ou uma PI - Program Increment) e na priorização de funcionalidades que devem ser implementadas.
Então, vamos falar de alguns conceitos do livro Vida Organizada, que possuem vários pontos em comum com estas outras práticas de definição de metas:
1. Sonho que é organizado vira objetivo
O primeiro passo é definir onde você quer chegar. Seja na definição de uma meta corporativa, durante um coaching de carreira, ou na organização de seus objetivos pessoais. E para isso, precisamos de autoconhecimento, claro.
Nossos objetivos de longo prazo são a nossa visão, e os objetivos de curto prazo são as pequenas ações que fazemos no dia-a-dia para conquistar o objetivo maior no futuro.
Portanto, se você está executando alguma atividade no seu dia-a-dia que não corresponde ao seu objetivo maior, é hora de avaliar se faz sentido continuar executando.
Além disso, é importante revisar periodicamente se você ainda está indo na direção correta, e se os objetivos que você definiu para o longo prazo ainda fazem sentido para você. A vida muda, e temos que nos adaptar a ela.
Da mesma forma, estes conceitos estão muito presentes na definição de metas corporativas, como por exemplo, nos OKRs. Defina sua visão para o futuro (Objectives), identifique as ações que você deve realizar para chegar lá (Key Results), revise seus objetivos periodicamente e, se a meta não fizer mais sentido (seja por uma mudança no mercado ou de estratégia), mude a meta (ou dobre!).
2. Quando você define suas prioridades, nunca resta dúvida na hora de decidir
No mundo corporativo, assim como na nossa vida, devemos aprender a priorizar o que é importante e dizer não para o que não é. Parece simples, mas limitar o que iremos fazer não é tão fácil assim.
A máxima "menos é mais" é defendida tanto nos OKRs quanto na Vida Organizada, e nos permite focar em uma quantidade menor de coisas que trazem mais resultado. Assim, você terá mais tempo para fazer o que ama, ou no caso das organizações, para cuidar do que representa maior valor para o negócio.
Também podemos encontrar o conceito de priorização na definição de metas financeiras. O livro Me Poupe também traz muitos exemplos neste sentido. Se a sua meta é comprar um apartamento, por exemplo, talvez não faça sentido você viajar para o exterior neste momento, até que o seu objetivo seja alcançado.
E quando você tiver que decidir entre fazer ou não uma atividade, avalie se ela vai de encontro ao seu objetivo. Desta forma, fica mais fácil se motivar para executar o que faz sentido para você ou dizer não para o que não é sua prioridade.
3. A perfeição é a inimiga número um da organização
A organização deve ser uma prática diária, em que pequenas atitudes vão se tornando um hábito. No início, não adianta querer ser perfeito. Comece com pequenas coisas e vá construindo aos poucos até que chegue no modelo que você considerar ideal.
O conceito de melhoria contínua também é um dos pilares da agilidade. A ideia é implementar poucas mudanças por vez, colher o feedback sobre o que deu certo ou errado e ir iterando continuamente, até que o objetivo seja atingido. Comece pequeno, mas pense grande.
Por fim, tanto a organização quanto a definição de metas são escolhas que precisamos fazer, seja na vida pessoal quanto profissional. Elas representam a nossa visão, nosso objetivo ou nosso propósito.
Eu me organizo porque sei que, assim, consigo fazer as coisas acontecerem.
E assim como Thaís Godinho, eu também preciso de metas para viver. Pra falar a verdade, preciso de metas até para me divertir! Minha cabeça passa o tempo todo pensando sobre as coisas que quero fazer, os livros que quero ler, as pessoas que quero encontrar ou os lugares que quero conhecer. E minha maior satisfação é poder concluir cada item destas minhas listas. ✅
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