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O paradoxo da idade

Outro dia ouvi a seguinte frase, que me fez pensar e escrever: 

Envelhecer é uma merda, mas a alternativa é não estar mais aqui.

Concordo plenamente com isso. Sim, é muito difícil envelhecer! E olha que eu tenho apenas 48 anos, ainda nem cheguei na "terceira idade". Me sinto muito mais jovem do que a minha idade biológica, e continuo agindo como tal. Muita gente diz que não pareço mais nova, tanto de aparência física quanto de atitude. 

Mesmo assim, já sinto o peso dos cinquenta... Sinto dores no corpo que não sentia antes (na cabeça, na lombar, no estômago...), não aguento mais ir pra balada nem ficar acordada até tarde, tenho ressaca no dia seguinte até quando bebo uma taça de vinho. Não gosto mais de ambientes barulhentos e cheios de gente, reclamo do som alto como via meu pai fazendo antes. Nem consigo mais imaginar como eu tinha coragem de ir em uma micareta alguns anos atrás! Fico cansada só de pensar. Ultimamente, nem em festivais de música tenho coragem de ir. 

Recentemente, fiquei arrasada quando, na mesma semana, comecei a usar óculos para enxergar de perto (com a nova receita de presbiopia), descobri que estou na perimenopausa e encontrei um pelo branco na minha sobrancelha! Cada um desses sinais de que estou ficando velha me causou um choque de realidade: não sou mais a mesma garotinha de antes, jovem, bonita e cheia de energia.

Entretanto, não envelhecer significa que não estou mais viva. Sempre falei para os meus pais, que passaram dos 80 anos, que quero estar como eles quando tiver essa idade. Claro que eles andam mais devagar que antes, escutam com mais dificuldade, eventualmente passam por algum problema de saúde, mas não é uma maravilha eles estarem vivos até essa idade?

Nos preocupamos muito com a estética, com nossas rugas que se tornam mais evidentes ou nossos músculos mais frouxos mas, além de tudo isso, a idade nos traz muita paz e sabedoria. Ao amadurecer, deixamos de pensar se aquela roupa está de acordo com a moda e passamos a nos vestir como nos sentimos bem. Deixamos de pensar que não gostamos das nossas pernas finas ou grossas, de nossos peitos grandes ou pequenos, e passamos a gostar de nós mesmos como somos, porque é assim que somos e é isso nos torna únicos.  

Acredito que o mais importante é cuidarmos da nossa saúde (principalmente fazendo exercícios físicos, nos alimentando de forma saudável e dormindo bem), da nossa mente (aprendendo e evoluindo sempre) e do nosso coração (tendo um círculo de amizades, um parceiro de vida ou uma vida social ativa). Dessa forma iremos envelhecer bem e aproveitar a jornada!

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