Liderança humanizada, atendimento humanizado… até a expressão tecnologia humanizada eu li recentemente!
Toda vez que leio essas expressões, me imagino como um robô que precisa receber um coração quentinho para aprender a amar e a pensar nas pessoas...
Quando foi que deixamos de ser humanizados e nos tornamos esses robôs?
Quando vou para o interior, vejo que todo tratamento é humanizado. Nas lojas, todos nos atendem bem (principalmente porque, na maioria das vezes, até nos conhecem e sabem de quem somos filhos). Nas ruas, todos param para nos dar informações, sem medo de serem assaltados, e chegando ao ponto até de nos levar no lugar que precisamos ir.
Minha mãe é o melhor exemplo disso. Nos atendimentos em domicílio, não é raro ela oferecer um café para quem estiver fazendo qualquer trabalho em casa. Para o o técnico da Vivo, para o piscineiro, para o jardineiro... Quem a atende no banco, ganha até um pão caseiro que ela mesma faz. Quando muda um vizinho novo, lá vai ela se apresentar, oferecer ajuda e levar alguma lembrancinha de boas-vindas.
Mas, em São Paulo, tudo é diferente... na cidade grande, não conhecemos nem mesmo nossos próprios vizinhos, não sabemos os nomes dos porteiros e faxineiros do prédio e muito menos falamos com as pessoas na rua. Acabamos criando uma armadura para nos proteger, como um robô, por puro medo e desconfiança, depois de tantos golpes e roubos que sofremos.
Quando mudei no meu apartamento atual, fomos recebidos pela dona do apartamento, com uma xícara de chá e um mini jogo-americano, acompanhados chocolates e um cartão com votos de felicidade para o casal. Achei aquilo de uma delicadeza que, recentemente, ao alugar meu apartamento para um casal super fofo, resolvi retribuir o mimo no estilo "corrente do bem". Mandei para eles uma velinha aromatizada, também acompanhada de um cartão, que os deixou bastante felizes. São pequenas coisas que custam pouco para quem faz mas significam muito para quem recebe.
Um dos maiores best-sellers de todos os tempos, Como fazer amigos e influenciar pessoas, escrito por Dale Carnegie em 1936, já falava sobre como melhorar as relações interpessoais. Técnicas simples, que parecem até mesmo óbvias, são citadas pelo autor como as mais eficientes para conhecer e conquistar as pessoas, e podem ser utilizadas no mundo corporativo, nas áreas de marketing e vendas, nos novos negócios.
Chamar as pessoas pelo nome é uma delas. Para perceber o impacto desta ação, pense em como você se sentiu importante todas as vezes que alguém te chamou pelo nome em uma loja, ou como você foi bem tratado por um garçom que chamou pelo nome, ao invés de dizer: "ô moço, me traz o cardápio?"... Parece bobeira, mas faz muita diferença.
Ele também fala sobre ser um bom ouvinte e estar genuinamente interessado no que a pessoa está te dizendo. Realmente, é bem desagradável quando você está falando com uma pessoa que está sempre olhando no celular, ou que está preocupada apenas em contar suas próprias histórias, mas não em ouvir as suas.
Quando quiser criar conexão com as pessoas, pense no que é importante para elas e fale sobre os assuntos pelos quais ela também se interessa. Não adianta falar sobre artesanato com quem nunca fez um trabalho manual, ou sobre futebol com quem gosta de Fórmula 1. Encontre temas em comum e foque neles para estabelecer um diálogo muito mais interessante para ambos os lados.
Por fim, olhe nos olhos e sorria para quem está à sua frente. 😀
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Estas são práticas básicas que há quase um século vêm sendo praticadas nas relações humanas. Espero que essa nova "onda da humanização" que estamos vivendo retome estes valores, que são tão simples mas tão eficientes. 👫

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