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Be the change

Como já dizia Gandhi, seja a mudança que você quer ver no mundo!

Quando eu era adolescente, sonhava em ter uma carreira bem-sucedida, ser diretora de uma multinacional, frequentar restaurantes chiques e hotéis cinco estrelas. Dizia que iria fazer uma plástica no nariz com o meu primeiro salário, antes de qualquer outra coisa. Me preocupava com minhas pernas finas e com minha barriga saliente. 

Já na faculdade, aprendi a beber cerveja e não queria mais me privar dos pequenos prazeres em prol da minha aparência (qual o problema de ter barriguinha?). Ia na faculdade de chinelo, vestia roupas confortáveis e não usava nenhuma maquiagem. Só quando comecei a trabalhar passei a me importar com as roupas que eu vestia, com a unha feita e o cabelo escovado. Mas mesmo assim, comprei meu carro antes de fazer uma plástica no nariz, que por sinal até hoje não foi priorizada. 

De uns anos pra cá, quero apenas qualidade de vida. Não ligo mais para cargo ou salário, desde que eu tenha uma vida minimamente confortável, que eu possa fazer minhas viagens, frequentar bons restaurantes e ir em eventos culturais. Mas não preciso ficar em hotéis cinco estrelas ou na primeira fila do teatro. Me basta uma vida sem luxo. 

Bill Gates uma vez disse em seu podcast que costumava ser muito mais egoísta, e que com o passar do tempo foi se tornando altruísta. Eu me identifico muito com isso... Hoje, o que me importa no trabalho é fazer algo que eu goste, e o que me faz feliz é ajudar as pessoas. Me preocupo em trabalhar em uma empresa ética, cujos valores estejam alinhados com os meus. Meu trabalho passou a ter um significado muito maior e eu também me tornei muito mais altruísta. 

Colaborei com várias ONGs, doei meu tempo como professora e mentora voluntária, me interessei por temas de diversidade, principalmente relacionado a mulheres que trabalham na área de tecnologia. Fiz parte da minoria feminina na maioria dos meus empregos, sem nunca me sentir diminuída ou discriminada por isso. Durante a pandemia, também tentei praticar mais a empatia, me colocando no lugar de pessoas que se sentiram solitárias ou tiveram sua saúde e seu salário reduzidos. 

E as amizades sempre me encantaram... Gosto de conhecer o outro mundo, de conversar com pessoas de diferentes personalidades ou carreiras, para entender como elas pensam. Tenho amigas que fumam maconha, que colam na prova e que não falam palavrões, por mais que nada disso tenha a ver comigo. Adoro conhecer outras realidades e criar novos repertórios para a minha vida!  

Mas minha mudança aconteceu em baby steps. Hoje minha prioridade é explorar a minha criatividade através deste contato com pessoas diferentes. Quero fazer curso de teatro, de escrita afetuosa, de piano e de improviso. Escrever no meu blog, compartilhar meu conhecimento, ouvir podcasts e assistir a TED Talks. Quero fazer algo novo em 2022. Quero uma diversão e não uma obrigação. Quero me transformar cada vez mais naquilo que eu quero ver no mundo.  


"Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro 

(...)

Pra que amanhã não seja só um ontem com um novo nome"

(Belchior/Emicida)  




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