Hoje em dia, trabalhar com nosso propósito virou mais um clichê corporativo. Confesso que demorei muito tempo para encontrar o meu... me lembro de quando saí da faculdade de Ciência da Computação e não me identificava com as ofertas de emprego dessa área. Não gostava de programação e nem de suporte técnico e, naquela época, não havia tantas opções de trabalho na área de TI como hoje em dia. Então, se eu não queria trabalhar na minha área de formação mas também não tinha conhecimento em outras áreas, com o que eu poderia trabalhar?
Acabei entrando em uma consultoria, onde fiquei dois anos sem me sentir útil. Saí de lá com alguma experiência (principalmente em viagens corporativas), porém sem nenhuma especialidade. Fiquei mais 10 anos trabalhando em uma empresa de Telecomunicações, passando por diversas áreas que não tinham a ver com a minha formação em computação, mas que me agregaram muito conhecimento sobre diversos processos específicos daquela indústria.
Descobri que gostava de trabalhar com projetos, mapeamento de processos e definição de requerimentos, e passei a ter como meta trabalhar em uma área em que eu pudesse migrar para outra indústria posteriormente, para ampliar minha empregabilidade. No meu último ano naquela empresa, pela primeira vez fui trabalhar na área de TI, como Gerente de Projetos de desenvolvimento de software. E foi aí que, 10 anos depois de me formar, eu me encontrei.
O que mais me atraía na gestão de projetos era a falta da rotina, o aprendizado constante - e totalmente diferente, novo e incremental - em cada novo projeto que eu implementava, além da busca por um objetivo final. Minha maior satisfação era concluir os projetos, ter aquele sentimento de entrega, e colocar no meu currículo, com muito orgulho, que eu havia contribuído para conquistar aquele objetivo.
Hoje, já faz 11 anos que trabalho com gestão de projetos, e continuo encantada. Consegui conquistar minha meta de mudar de indústria (até demais, eu poderia dizer), e também descobri outros motivos que também me fazem gostar do que faço, além daqueles que me atraíam inicialmente. Adoro me comunicar com as pessoas, trabalhar em equipe; definir planos de ação e acompanhar sua implementação; alinhar atividades entre diversas equipes e entender a integração entre elas; resumir os principais pontos de uma reunião e enviar a todos por e-mail.
Mas, recentemente, tenho ouvido de muitas pessoas que trabalham comigo (clientes, desenvolvedores ou equipes parceiras) que estou sempre ajudando, o que faz com que o projeto flua e elas possam focar no seu trabalho (por exemplo, o de desenvolvimento de software), ao invés de ficar correndo atrás dos impedimentos, das outras áreas, da burocracia. Cada vez que ouço isso, meus olhos se enchem de lágrimas, por estar agregando valor aos projetos fazendo algo que realmente amo, e por estar sendo reconhecida. E foi assim que, acima de tudo, descobri que o meu propósito maior é o de ajudar as pessoas!
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