Em 2017, fui a uma exposição do Museu da Empatia, onde aprendíamos a caminhar nos sapatos dos outros. Vesti um tênis de número menor que meu pé, me emocionei com a história de uma professora dedicada e aprendi que empatia significa se colocar nos sapatos dos outros.
Já não uso mais meus sapatos há quase um ano. Trabalho em casa, na maioria das vezes descalça. Por todo esse tempo, no máximo usei um tênis para caminhar no parque, ou uma rasteirinha pra ir ao mercado.
Os meus sapatos estão lá, abandonados dentro do armário...
Os tênis já não correm mais, e estão com saudade dos parques e das trilhas que eu fazia com frequência em uma época distante.
Os chinelos sentem falta da areia das praias e até dos banhos em banheiros comunitários dos albergues, durante as viagens baratas que eu fazia.
As rasteirinhas já não se encontram mais com os amigos no boteco em um sábado à tarde, e tampouco dançam samba até perder o fôlego!
As botas deixaram de frequentar restaurantes, teatros e museus, e os sapatos de salto não pegam mais trânsito, não passam frio no ar condicionado do escritório e nem se enroscam nos buracos das calçadas estropiadas.
Todos eles foram deixados de lado por um bem maior...
Agora, já vejo uma luz no fim do túnel e tenho esperança de que em breve tudo isso vai passar. E que meus sapatos possam abraçar mais, aglomerar mais e se socializar novamente!


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