Querida Mari
Acredito que já tenho intimidade o suficiente para te chamar assim, afinal, eu sou você daqui a 40 anos, quando você estiver prestes a completar 84 anos. Mas, se eu pudesse voltar no tempo para falar com você, este seria o meu conselho.
Não desperdiçaria meu tempo com coisas ou pessoas que não me agregam, e focaria no que me faz feliz. Às vezes é difícil pensar assim sobre uma amizade, mas as pessoas mudam e seus caminhos podem levar a destinos diferentes, então você deve simplesmente let it go...
Da mesma forma, viveria uma vida mais minimalista, sem aquele consumismo desenfreado que faz parte de qualquer população capitalista. Você, que já passou por uma pandemia, sabe muito bem do que estou falando. Há coisas muito mais importantes nesse mundo do que uma roupa da moda, uma prateleira cheia de sapatos ou uma maquiagem cara.
Não sofreria com problemas inexistentes, e viveria a vida com mais gratidão pelas pequenas coisas. Uma lua cheia, um jantar a dois regado de vinho ou um simples ronron das suas gatinhas fazem seu dia muito mais feliz.
Praticaria meditação todos os dias, e aceitaria melhor aquilo que não posso mudar. Isso não significa deixar de lutar pelos meus sonhos, ou me resignar diante de qualquer dificuldade.
Lembraria sempre sobre a impermanência da vida, tanto nos momentos bons quanto nos ruins. Tudo é passageiro, e os desafios são importantes para nos tornar mais fortes a cada dia.
E, por fim, levaria a vida com mais leveza, menos seriedade, menos responsabilidade. Descansaria mais, teria mais momentos de puro ócio, sem a menor culpa.
Como diria Frida Kahlo, "onde não puderes amar, não te demores".
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