Querido amigo
Como sempre, escrevo esta carta para te desejar boas festas e saber como você está. Mas, desta vez, escrevo também para te contar como andam as coisas por aqui, durante este ano tão atípico.
Como você bem sabe, sempre gostei de viajar, de encontrar meus amigos e de sair de casa para ir em shows, espetáculos ou exposições. Sempre fui uma pessoa muito ativa e eclética, com uma lista infinita de coisas pra fazer e lugares pra conhecer. E, durante a pandemia, tive que pausar todas essas atividades e encontrar outras coisas para fazer em casa.
Que difícil foi essa adaptação... Aproveitei para ler muitos livros e assistir a muitos filmes e séries no Netflix. Montei vários quebra-cabeças, comprei jogos de tabuleiro, aprimorei meus dotes culinários e arrumei várias vezes meus armários. Passei muitas horas escrevendo a minha dissertação e finalmente consegui concluir o meu mestrado. Me acostumei com o trabalho remoto e com o fone de ouvido o dia inteiro grudado na minha orelha. Mas, em compensação, trabalhar de casa permitiu que eu curtisse minhas gatinhas, e cada intervalo de reunião era pretexto para coçar uma barriguinha fofinha.
Este ano também namorei muito! Meu relacionamento ficou mais intenso, e também muito mais gostoso. Ficamos cada vez mais juntos, e todo dia agradeço por ter uma pessoa maravilhosa ao meu lado durante esta fase.
Minha família está bem, apesar de não termos nos visto tanto quanto gostaríamos neste ano. Não nos reunimos desde o aniversário da minha irmã mais velha em fevereiro, quando fomos a Curitiba para passar esse dia com ela, em uma era pré-pandemia. Depois disso, visitei meus pais poucas vezes no interior, mesmo assim com medo, já que eles são do grupo de risco. Felizmente, todos nós estamos com saúde.
Um pouco antes da quarentena começar, eu havia começado um curso de mindfulness, e a meditação me ajudou muito a passar por este período de forma equilibrada. Recentemente, também comecei a fazer aulas de yoga online e retomei minhas caminhadas no parque pela manhã, para manter a sanidade mental e física.
Apesar de tudo, não posso dizer que 2020 foi um ano ruim. Foi apenas diferente do que eu estava acostumada. Não fiz grandes viagens, mas aprendi a valorizar cada vez mais as pequenas coisas. Fiz poucos exercícios físicos, mas aprendi a prezar pela minha saúde. Não encontrei muitas pessoas, mas mantive os bons relacionamentos virtualmente. Não fiz muitas compras, mas aprendi a ser minimalista. No balanço geral, o saldo foi mais que positivo.
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