Um dia desses, enquanto trabalhava em meu home office, me distraí olhando para as prateleiras e pensando em tudo aquilo que estava ali em cima. Livros, presentes de amigos, souveniers de viagens, medalhas de corridas de rua, brindes de eventos e fotos da minha família...
O filme da minha vida passou pela minha cabeça. Todos esses detalhes fazem parte do que sou, dos momentos que vivi, dos lugares que visitei, das pessoas que conheci. Aquela prateleira é uma miniatura da minha trajetória, de tudo o que eu construí e das escolhas que me fizeram chegar até aqui.
Coincidentemente, enquanto ainda estava sob os efeitos deste devaneio, ouvi um podcast em que o antropólogo Franklin Lopes fala sobre a relação que temos com a nossa casa. E tudo se encaixou.
Nossa casa é um museu autobiográfico, diz ele. Ela reúne objetos que carregam nossas memórias e criam a narrativa da nossa vida. Por isso, quando olhamos para a nossa casa é como se olhássemos para um espelho. Nossa casa é o nosso refúgio, é onde podemos ser vulneráveis e nos mostrar como realmente somos.
E assim, percebi que, não apenas aquela prateleira de livros, mas toda a minha casa, é cheia de lembranças. E essas lembranças me trouxeram um sentimento enorme de nostalgia. Mas uma nostalgia que me enche de orgulho e de gratidão por todas as experiências que tive até hoje.
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