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Showing posts from March, 2020

Diário de uma quarentena: Day 5

Quando a quarentena acabar... Quero abraçar meus amigos Comemorar os aniversários negligenciados Encontrar pessoas que não vejo há tempos  Quando a quarentena acabar Vou voltar a fazer exercícios Ir mais ao parque, fazer mais trilhas Caminhar ao ar livre e curtir a natureza Quando a quarentena acabar Não vou mais reclamar  De ir ao mercado, de lavar a louça e de limpar a casa Quando a quarentena acabar Vou ficar mais calma Vou ficar mais em casa E vou agradecer por ter passado por tudo isso, sempre.

Diário de uma quarentena: Day 4

Não haveria melhor momento para eu fazer um curso de mindfulness. Nossa aula da semana passada (online, claro) nos mostrou que podemos utilizar esta prática em qualquer situação, inclusive no momento em que vivemos atualmente, de quarentena. Nossa meditação do dia nos fez refletir sobre a condição humana, sobre como todos nós somos iguais na essência, sem distinção de gênero, cor, raça, orientação sexual ou classe social. Todos nós, seres humanos, temos nossos momentos de felicidade e de tristeza, temos nossas próprias angústias e problemas, nossas decepções e frustrações. Nossos problemas não são piores (nem melhores) do que o dos outros. Até mesmo as pessoas mais bonitas, famosas, ricas e bem sucedidas já passaram por momentos de dificuldade. O momento atual também nos mostra isso. O vírus não faz distinção entre as pessoas, nem entre sua nacionalidade, regime político ou economia. Todos estão no mesmo barco e devem passar pela mesma situação. Sem dúvida, o mundo sofrerá...

Diário de uma quarentena: Day 3

Terceiro dia de quarentena e eu já to surtando. Meu problema não é ficar em casa e nem morrer de tédio, mas sim ficar parada, sem me exercitar. Minha ansiedade vai a mil e me dá um siricutico. Ontem até descobri o significado da síndrome das pernas inquietas! Então, hoje acordei com uma energia contida, que precisava ser liberada. Levantei às 6:30 da manhã, tomei café, lavei a louça, limpei o apartamento, e às 8 em ponto saí de casa. Conversei com a vizinha, com o porteiro e com o zelador. A academia do prédio está fechada por falta de álcool gel, então resolvi ir correr no parque. Ah, mas o parque também está fechado, então fui correr na rua mesmo. No caminho, também conversei com uma mulher que mora na rua de baixo e tem uma cachorrinha linda, mantendo o devido 1m de distância, com a grade da casa entre nós. Com exceção da cachorrinha, que não resisti e passei minha mão pela grade pra fazer carinho nela <3 Corri por pouco tempo, porém muito mais rápido do que o...

Diário de uma quarentena: Day 2

Todo dia recebo muitas dicas de atividades para fazer na quarentena, ou ainda memes sobre coisas irônicas que as pessoas já fizeram enquanto estão confinadas: depilar um morango, tingir um caroço de manga, contar grãos de arroz e fazer uma barra de crochê na bolacha água e sal foram alguns deles :D  E, a cada vez que recebo estas mensagens, fico pensando que até hoje não fiquei nenhum minuto sequer sem fazer nada. Todas as pessoas com quem converso também me dizem que o trabalho tá puxado, que os filhos dentro de casa o dia inteiro demandam muita atenção, ou que ficar dentro de casa sem alguém pra ajudar na faxina e na comida não é fácil! Ainda não tive tempo de terminar meu IR, não arrumei nenhuma gaveta e nem terminei de ler meu livro. Não consegui revisar meu artigo do mestrado, não fiz exercícios físicos online e nem maratonei nenhuma série do Netflix. Desde a semana passada, quando passei a ficar em casa, meu tempo foi tomado pelo trabalho, a limpeza da casa, o ...

Diário de uma quarentena: Day 1

Hoje precisei sair de casa para ir ao médico.  Estava com muita dor de ouvido e fazia alguns dias que não conseguia nem dormir de lado. Coloquei uma máscara descartável, peguei meu carro e saí munida de álcool gel rumo a um hospital otorrino perto de casa.  Chegando lá, procurei pela fila mas fiquei confusa, até que a recepcionista me informou que aquela barreira era para que as pessoas não se aproximassem do balcão. Ah. Além disso, a cada duas cadeiras da sala de espera do PS, havia uma folha impressa com um X vermelho, indicando que as pessoas não se sentassem ali e deixassem um espaço entre elas. Consulta feita, receita na mão e lá fui eu para a farmácia comprar o anti-inflamatório receitado. Ao passar pela porta, logo fui recebida com um pingo de álcool gel nas mãos. Ah! Na fila, o mesmo X visto nas cadeiras do hospital, e no balcão, a mesma barreira para manter distância. Entendi que este é o novo protocolo.  Aproveitando que estava de máscara, carro...

Uma nova rotina

E então, assim de repente, o mundo inteiro parou. Parece um filme de ficção científica, mas é a nossa nova realidade. São Paulo não tem mais aquele trânsito caótico, aquele barulho constante de buzina, os transportes públicos lotados. Nem na Copa do Mundo vimos a cidade tão vazia. Nem com a greve dos caminhoneiros. Nem no último capítulo da novela Avenida Brasil. Como poderíamos imaginar que um vírus iria impactar tanto assim as nossas vidas? Nos vimos isolados em casa, passamos a ter medo das outras pessoas, tivemos que nos adaptar a uma nova rotina. Este vírus maledetto nos tornou individualistas e antissociais. Percebemos como somos dependentes das outras pessoas e como todos nós estamos conectados. Tudo o que fazemos requer contato pessoal. Vou deixar de usar o transporte público e ir de carro ao trabalho. Mas, para isso, terei que deixar o carro em um estacionamento, onde o manobrista irá dirigi-lo. Se eu for de Uber, pior ainda, quantas pessoas já entraram naquele c...