Esta semana tive o prazer de rever várias amigas queridas. Dessas
da época de adolescência, que a gente passa anos sem encontrar, mas quando encontra,
parece que o tempo não passou! É sempre delicioso reconectar-se com essas
pessoas... pois elas foram realmente importantes para nós em algum momento da
nossa vida, e agora só não fazem mais parte do nosso dia-a-dia pela distância, pela
mudança de rotina ou pela vida corrida que levamos. Mas continuam fazendo parte
de nossos corações da mesma forma que antes.
Tenho orgulho de dizer que consigo manter o contato com muitos
desses amigos, até mesmo os que estão do outro lado do mundo! Minhas férias do
ano passado foram uma coleção desses encontros divinos. Viajei sozinha, mas
nunca estava sozinha. Encontrei amigos que eu não via há muito tempo, e que
apesar do tempo e da distância, a amizade ainda era a mesma. A emoção de
encontrar essas pessoas é indescritível. Saímos sempre revigorados, como se
tivéssemos tomado uma injeção de endorfina!
Hoje em dia, está na moda dizer que a conexão é um dos
sentimentos imprescindíveis para a felicidade. Talvez porque o mundo esteja cada
vez mais conectado virtualmente e desconectado fisicamente, as pessoas
começaram a perceber que precisamos resgatar esta prática para sermos felizes. Mas
na época da minha adolescência, isso tudo era muito natural. Morava no
interior, conhecia a cidade inteira e tinha dezenas de amigos. Minha vida era baseada
em conexões.
Hoje, morando em São Paulo há quase 20 anos, posso dizer que
é muito mais difícil manter essa rotina por aqui. Tanto por estarmos em uma
cidade grande, quanto pelo fato de que o mundo mudou muito durante todo este tempo. Com o
avanço da tecnologia, a violência e a correria das grandes cidades, fica cada
vez mais difícil conectar-se com as pessoas à nossa volta. Não temos mais
intimidade suficiente com nossos vizinhos para poder pedir uma xícara de açúcar
quando precisamos; temos medo de conversar com as pessoas na rua porque elas
podem querer nos roubar; não sabemos quem é o dono da banca do lado da nossa
casa ou quem trabalha na padaria da esquina, porque passamos a pedir tudo pela internet...
E mesmo parecendo irrelevante, este tipo de comportamento nos torna cada vez
mais isolados das demais pessoas.
O fato de sentirmos que não estamos sozinhos e que temos
alguém com quem podemos contar, é realmente um dos segredos da felicidade. Ninguém
sobrevive sem conexões, elas são a base das nossas relações sociais. Não apenas
na família e nas amizades, mas até mesmo nas relações profissionais. Qualquer
curso de vendas irá ensinar que você precisa primeiramente estabelecer um
vínculo com o seu cliente antes de oferecer a ele qualquer produto. Qualquer
médico ou psicólogo deve quebrar o gelo antes de iniciar um questionamento
sobre o problema de seu paciente. Qualquer que seja a sua profissão, você terá
melhores relacionamentos no seu trabalho quando conseguir estabelecer melhores
conexões com seus companheiros, pois isso nos torna humanos antes mesmo de
sermos profissionais.
E finalizo com Brene Brown, que fez uma linda palestra no
TED sobre “O poder da vulnerabilidade”. Nessa palestra, ela relata que a
habilidade de se conectar com outras pessoas é o real propósito da nossa vida.
É o que nos dá o senso de pertencer no mundo. E para que a conexão ocorra entre
duas pessoas, você deve estar aberto, vulnerável. Ou seja, você deve ter a
coragem de se expor para iniciar uma conexão. Seja dizendo a alguém que ama, ou
contando algo sobre sua vida, mesmo sem esperar nada em troca. Essa é a chave para um bom
relacionamento. Porque todo bom relacionamento começa quando estamos abertos, com vulnerabilidade, com
confiança.
“What makes you vulnerable makes you beautiful”.
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