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O poder do hábito

Um dos bestsellers que me inspiraram ultimamente foi O Poder do Hábito, de Charles Duhigg. Não é apenas um livro de autoajuda, e sim um livro baseado na neurociência, na psicologia e na análise do comportamento humano por meio de pesquisas científicas. 

O livro mostra por que criamos certos hábitos e como podemos nos livrar de alguns deles, como por exemplo, o hábito de fumar. Da mesma forma, também podemos criar bons hábitos, como o de fazer exercícios físicos. Durante a quarentena, temos visto muitas práticas, tais como meditação, yoga ou leitura, se basearem no conceito de manter uma rotina por 21 dias para adquirir um bom hábito. E esta é a linha que o autor do livro também segue, provando que podemos mudar nossos padrões de comportamento através dos hábitos. 

A maioria das decisões da nossa vida são frutos dos nossos hábitos. 

Quando fazemos algo novo, precisamos fazer escolhas e, para isso, o cérebro trabalha intensamente para ampliar nossa zona de conforto. Logo, continuamos fazendo aquilo que escolhemos sem precisar pensar mais, até que isso também se torna automático. E quando fazemos as coisas no modo automático, a atividade cerebral diminui, e a nossa zona de conforto se amplia. Pense em quando você aprendeu a dirigir ou a andar de bicicleta, por exemplo. 

Os hábitos surgem para que o cérebro possa poupar esforços e se dedicar a outras coisas novas.

Com o volume de informações que lidamos hoje em dia, este comportamento automático do cérebro é de extrema importância, porém precisamos também estarmos sempre expandindo nossa zona de conforto. Prestar atenção no que estamos fazendo, fazer um caminho diferente ou focar no momento presente são formas de sairmos do modo automático de forma saudável.   

Além disso, a principal conclusão da pesquisa é de que, em todos os hábitos, existe um ciclo denominado Loop do Hábito

O loop do hábito é composto de 3 partes: a deixa, ou o gatilho para executar uma atividade; a rotina, que é a atividade em si; e a recompensa, aquele bem estar que conquistamos quando executamos tal atividade. O que alimenta o loop do hábito é o anseio pela recompensa, pois ela traz uma sensação boa que faz com que o cérebro pense que aquela rotina vale a pena.   

As rotinas são executadas pelo cérebro de forma automática. 

Por exemplo, se você quer adquirir o hábito de correr de manhã, você deve pensar na sensação de realização, na endorfina que irá sentir após a corrida, ou na sobremesa que poderá comer depois do almoço, para criar o anseio pela atividade. Quando você foca na recompensa, fica mais fácil acordar cedo e resistir às tentações de continuar dormindo... 

Agora, se você quer deixar de ter algum hábito indesejável, uma alternativa é substituir este hábito por outro mais saudável quando você tiver um anseio, mantendo a mesma sensação de prazer. Este comportamento é a Regra de Ouro do hábito, pois você mantém a mesma deixa e a mesma recompensa, alterando apenas a rotina. 

É difícil criar um hábito, mas depois que o adquirimos, assumimos o controle do loop do hábito. 

Outro conceito importante apresentado pelo autor é sobre os hábitos angulares. Eles são padrões de comportamento que geram uma relação de causa e efeito indireta, ocasionando reações em cadeia que ajudam outros hábitos a se firmarem. Os hábitos angulares proporcionam pequenas vitórias, e a conquista destas pequenas vitórias impulsiona outras vitórias que estão ao seu alcance e nos convence que podemos conquistar algo maior. 

Quando nos concentramos nestas pequenas vitórias, conseguimos reprogramar outras rotinas automáticas da nossa vida. 

Mas então, como podemos mudar os nossos hábitos?

1. Identifique a rotina, ou o comportamento que você quer mudar. Por exemplo, quero parar de tomar café.

2. Descubra qual anseio ou sensação impulsiona sua rotina e qual recompensa te motiva. Por que você toma café? Pelo prazer, pela companhia, ou pela energia que ele proporciona? 

3. Isole a deixa. Qual é o gatilho para o seu hábito? Tem algum horário do dia, estado emocional ou lugar em que você sente mais necessidade de tomar café? 

4. Elabore um plano de ação. Você consegue alterar o seu comportamento quando a deixa ocorrer, oferecendo a mesma recompensa que você anseia. Por exemplo, se você toma café pela companhia dos colegas de trabalho, pode substituir o café por uma fruta e continuar com a atividade social.

O hábito é uma escolha que fazemos deliberadamente e depois continuamos fazendo sem parar. 

Por fim, a fé é um dos principais ingredientes que transformam o loop do hábito em um comportamento permanente. 

Acredite que você pode mudar e comece já a praticar novos hábitos!

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