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Showing posts from August, 2024

Nosso novo objeto do desejo

 E assim, de repente, agosto se foi. Aquele mês antes interminável, agora também está passando rápido. Nos mercados, já podemos pressentir os primeiros sinais do Natal e, logo, os corredores estarão bloqueados por túneis feitos de caixas de panetones de todos os sabores, tamanhos e preços. Hoje em dia, o tempo é o nosso novo objeto do desejo. Não conheço nenhuma pessoa que diga que tem tempo suficiente para fazer tudo o que precisa (e quer) fazer. Estamos todos correndo contra o tempo em uma esteira rolante? Ou seria em uma roda giratória de hamster ?   Dizem que o tempo é relativo à idade. Quanto mais velhos nos tornamos, mais rápido o tempo passa, pois temos mais histórias para contar e mais memórias para lembrar. Dizem também, que temos a impressão de que o tempo passa mais rápido quando fazemos as coisas no piloto automático, sem prestar atenção no que estamos fazendo. E que, para que isso não aconteça com tanta frequência, é importante fazermos  sempre  coisas n...

Flow: A psicologia do alto desempenho e da felicidade

Este livro ficou sentado na minha prateleira por muitos meses, olhando para mim diariamente, até que eu finalmente iniciasse sua leitura. A princípio, pensava que ele incluiria uma coleção de pesquisas científicas, além de um passo a passo sobre como conseguir " entrar no flow ", aquele estado de concentração plena durante uma atividade, em que você nem vê o tempo passar.  Logo no primeiro capítulo, descobri que o livro é muito mais do que isso. Como o próprio título diz, fala também sobre como encontrar a felicidade através do flow . Confesso que fiquei surpresa com o conteúdo, pois até então meu conhecimento sobre o tema se limitava ao seu impacto na capacidade de concentração e não na qualidade de vida como um todo. Mas, considerando que o autor do livro,  Mihaly Csikszentmihalyi, é um renomado psicólogo, eu não deveria esperar nada menos do que um livro sobre felicidade. Aliás, seu nome impronunciável foi citado até por Daniel Kahneman, em  Rápido e Devagar . Quand...

Uma impostora da tecnologia

  Entrei na faculdade de Ciência da Computação em 1996, quando Tecnologia da Informação ainda era a “profissão do futuro”. Não me lembro muito bem por que escolhi esse curso. Só sei que, aos 17 anos, não temos maturidade suficiente para escolher a profissão que iremos seguir para o resto da nossa vida. Mas eu gostava de ciências exatas, tinha um bom raciocínio lógico e não queria fazer Engenharia, então, foi o que sobrou. Ganhei meu primeiro computador quando passei no vestibular. Um desktop com monitor de 15 polegadas, Windows 95 e kit multimídia, de última geração. No primeiro dia de aula, olhei para a grade de disciplinas e já estranhei a que se chamava “Construção de Algoritmos”, a base de toda a programação. Não fazia a menor ideia do que iria aprender nos próximos quatro anos que me aguardavam como universitária. Meus amigos da faculdade achavam que eu nunca iria concluir aquele curso. A maioria deles já tinha computador e programava desde criança, enquanto eu, estava apenas ...