Sempre fui fã de Rita Lee. Talvez porque ela fosse literalmente o meu oposto: rebelde, original e irreverente, enquanto eu sou certinha, organizada e estudiosa. De qualquer forma, sempre admirei artistas que iam contra o status quo: Rita Lee, David Bowie, Michael Jackson, entre outros.
Desde que era adolescente escutava “Lança Perfume”, sem nem
saber o que aquilo significava. Me lembro que quando comecei a fazer piano
popular (depois de cinco anos de piano clássico), a primeira música que aprendi
foi “Doce Vampiro”. E que sempre pedi para o papai do céu me dar um namorado
“lindo, fiel, gentil e tarado”.
Fui apenas em um de seus shows, no Parque Ibirapuera, logo que me mudei pra São Paulo. O outro show que eu iria, em abril de 2020, foi cancelado por causa da pandemia e depois que as coisas voltaram ao “normal” ela nunca mais conseguiu voltar aos palcos, já por causa da doença.
Mas tive vários de seus discos seus e sempre soube cantar todas as suas músicas. Comecei a curtir os Beatles por causa do seu CD “Aqui, Ali, em Qualquer Lugar”. E em 2021, fui em sua exposição em São Paulo, onde cantei, dancei e me emocionei com suas letras e histórias.Foi lá também que descobri que ela escrevia livros para
crianças, depois de incorporar sua nova persona de avó, livre das drogas e do
álcool. E levei para casa sua autobiografia, tão divertida e chocante quanto
ela.
Ela conta em primeira pessoa sobre sua vida inteirinha,
desde a infância até os dias atuais. Conta sobre sua família, sobre "Os Mutantes", sobre
sua vida com Roberto e com outros famosos, tais como Gil, Caetano e Ney Matogrosso. Conta que foi ela quem deu, de surpresa, o primeiro selinho na Hebe, que acabou se
tornando sua marca registrada.
Não é à toa que sou bipolar, com um pé no trifásico.
Não tenho fotos com ela além desta, que tirei durante a exposição. Mas hoje, no dia em que foi celebrada sua missa de sétimo dia, esta é a minha singela homenagem a esta cantora, compositora e instrumentista excepcional que eu tanto admirada. Um pouco atrasada, eu sei. Mas, em se tratando de Rita Lee, tudo pode ser do jeito que você quiser.
Para ler e ouvir...
- Café da manhã: Rita Lee: a transgressão dentro e fora do palco
- O Assunto: Rita Lee, a majestade do rock, por Ney Matogrosso
- As confissões da ovelha negra em Rita Lee: uma autobiografia

Comments
Post a Comment