Nunca imaginei ficar tão feliz por tomar uma vacina! Foi assim que me senti ontem, após tomar a primeira dose da vacina da Covid... Não fiz nenhuma selfie com a agulha no braço, não publiquei a foto da carteirinha nas redes sociais mas, no fundo, o meu sentimento era de alívio, de que "finalmente chegou a minha vez".
Mas a verdade é que o mundo inteiro esperou ansiosamente por esta vacina! Um ato que até então era apenas uma obrigação, uma rotina, se tornou um motivo de alegria inimaginável. O que até então era um processo automático, passou a ser questionado, ou até uma escolha.
Às vezes o excesso de informação até atrapalha. Antigamente, íamos no posto de saúde, tomávamos a vacina, anotávamos na nossa carteirinha e pronto. Ninguém perguntava o nome do laboratório, a eficácia da vacina, ou os efeitos colaterais que ela podia dar. A gente simplesmente ia lá e tomava. Hoje, as pessoas se recusam a tomar se a vacina for de tal marca, discutem sobre os efeitos colaterais que cada um teve, consideram os prós e os contras.
Impressionante como meus amigos de outros países estavam inconformados porque eu ainda não havia tomado a vacina! Tive que contar a todos para tranquilizá-los. E, mais uma vez, senti vergonha de como este tema de saúde pública foi tratado aqui no Brasil... de como os demais países estão muito mais avançados que nós em relação aos prazos da vacina, à quantidade de casos, ao distanciamento social...
Mas a vacina tem um significado muito mais amplo do que a própria saúde nesse contexto em que estamos vivendo. É um fio de esperança para que retomemos nossas atividades sociais, para que possamos encontrar nossos amigos e nos reunir com a família. A vacina é a luz no fim do túnel para não perdermos as esperanças e imaginar que nossa vida irá mudar pra melhor.
No meu penúltimo aniversário, em abril de 2020, a quarentena estava apenas começando e nem fazíamos ideia que ficaríamos mais de um ano enclausurados. Na época, recebi um meme com os aniversariantes de março e abril comemorando sozinhos, como se tudo fosse voltar ao normal em maio. Um ano se passou e comemorei o meu segundo aniversário na pandemia. Não teve festa e nem comemoração em nenhum desses anos. Mas teve sempre um agradecimento por estar com saúde e com emprego, um luxo considerando a situação atual.
Fazendo um balanço da pandemia, foi uma época de conquistas, da conclusão do mestrado, do reconhecimento no trabalho, da consolidação do meu relacionamento. Foi também um período em que eu saí do meu planejamento habitual, de viagens, passeios e eventos... foi um ano de adaptação, em que todos nós tivemos de ser resilientes e aprender a lidar com a situação, extraindo o melhor dela.
Não consigo imaginar como será o novo normal. Como iremos nos adaptar a esta nova realidade? Usaremos máscaras para sempre? Voltaremos a trabalhar no escritório? Encontraremos os amigos que não víamos há tempos? Voltaremos a nos cumprimentar com beijinhos e abraços?
A única certeza é que nada mais será como antes, pois sairemos dessa fase diferentes. Só espero continuar priorizando o que importa e pensando no que nos faz felizes, mesmo depois que a pandemia acabar.
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