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Diário de uma quarentena... Day 365

Há exatamente um ano, fiz meu primeiro post sobre a pandemia. Naquela época, tudo era novidade. O álcool gel, o trabalho remoto, a indignação por perder todos os eventos já planejados. Ainda não usávamos máscaras, havia poucas mortes no Brasil e, o mais surpreendente, é que achávamos que tudo isso iria acabar no mês seguinte. 

Tudo aconteceu de repente, sem entendermos muito bem como teríamos que agir ou lidar com essa situação. O "novo normal" - expressão muito usada atualmente, e também rejeitada - era realmente novo. E aí, tudo foi simplesmente acontecendo... Nos revoltamos, nos resignamos, nos acostumamos. 

Parece que já estamos assim há muito mais que um ano. Ao mesmo tempo, parece que o tempo parou e que, quando olharmos para trás lá do futuro, haverá uma lacuna nesse fatídico ano de 2020 - e ao que tudo indica, de 2021 também.

E quem imaginaria que, um ano depois, estaríamos em um cenário ainda pior que antes? O final do ano nos trouxe esperança, com a baixa dos casos e com o início da vacinação. Fui a duas exposições, encontrei alguns amigos e me conectei com a natureza novamente. Ah... que saudade de tudo isso! Mesmo assim, foi só uma degustação, e diria que uma degustação bem insossa. Tudo com máscara e com todos os protocolos de saúde. Mas, logo depois, tudo voltou ao novo normal e nos enfurnamos em casa novamente.  

Sinto falta de rever os amigos, de abraçar minha família, de viajar... Me pergunto como será o nosso futuro, se algum dia poderemos nos aglomerar novamente. Será que a máscara vai ser um item indispensável no nosso vestuário daqui pra frente? Que adotaremos o home office como o formato padrão de trabalho? Que viveremos isolados para sempre? 

Não tenho nenhuma dessas respostas. A única certeza que tenho é que depois dessa experiência, nunca mais voltaremos a ser como antes. Com certeza, nossa vida nunca voltará ao antigo normal. Só espero sair dessa mais forte, mais positiva e valorizando as coisas boas que aconteceram durante todo este tempo. 

O ser humano é insignificante em relação à natureza. 

O sol nasce e se põe lindamente da mesma forma, todos os dias, sem se importar pelo que estamos passando. 


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