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Minha história


Sempre fui uma boa aluna. Daquelas que só tiram A em todas as disciplinas. O meu primeiro A- foi na terceira série (atual quarto ano), justamente em matemática, minha matéria preferida. Errei uma soma de frações com denominadores diferentes e chorei por várias horas quando vi o resultado. Desde então, continuei tirando boas notas, mas claro que nem sempre acertava tudo. Pelo menos eu não chorava mais por isso.

Como filha de um professor de matemática e uma professora de português, estas sempre foram minhas matérias preferidas. Com 6 anos me alfabetizei sozinha, e até li o discurso de formatura do pré-primário, pois era a única da classe que sabia ler. Até hoje adoro ler e estudar e sou uma adepta do lifelong learning mesmo antes de ter ouvido falar sobre isso. 

Minhas três irmãs, que são bem mais velhas que eu, já estavam fazendo faculdade fora, e eu cresci como se fosse filha única. Dizia que eu nunca queria ter apenas um filho, para que ele não crescesse sozinho como eu. Nesta época, adorava jogos de tabuleiro, Atari, bicicleta e, principalmente, minha escrivaninha amarela, onde eu lia, desenhava e estudava.

Quando criança, tinha o sonho de fazer um intercâmbio para aprender inglês, até que fui convidada por uma família americana que conhecíamos para ficar 1 ano nos EUA. E então, aos 17 anos, sem nunca ter andado de avião na vida, saí de uma cidade de 40 mil habitantes do interior de São Paulo rumo aos Estados Unidos passar um ano. Depois dessa viagem eu nunca mais tive medo de viajar sozinha!

Depois que voltei, entrei no curso de Ciência da Computação da Universidade Federal de São Carlos, novamente, sem ter nenhuma noção sobre o que era algoritmo antes de entrar, e sem nem mesmo ter um computador pessoal. Sabia que eu queria fazer exatas, mas não tinha interesse em nenhuma engenharia, então escolhi o que naquela época era a profissão do futuro. Fiz estágios, dei aulas de inglês, e mesmo sem gostar, terminei o curso.

Fui novamente para o exterior, dessa vez para fazer um estágio na Espanha na minha área de formação. E logo quando voltei, consegui o meu primeiro emprego. Hoje já são 20 anos de carreira, em empresas de consultoria, telecomunicações, turismo e financeira. 

Desde 2010, trabalho como Gerente de Projetos de implementações sistêmicas. A falta de rotina, a necessidade de definir soluções, de resolver problemas e de liderar uma equipe com um objetivo comum me motivam bastante. Como sou bastante organizada e comunicativa, acredito que eu “me encontrei” nesta atividade. Me sinto produtiva quando facilito as atividades para o projeto acontecer ou quando ajudo as pessoas a resolverem seus problemas. 

Durante este período todo, também continuei estudando bastante. Já fiz 2 MBAs, um no Brasil e outro no exterior, o que resultou em uma outra viagem de um ano. Esta viagem representa um grande orgulho para mim, pois passei em um processo seletivo da Telefônica, onde eu trabalhava na época, para uma bolsa de estudos na Espanha, em uma das melhores escolas de negócio do mundo. Meu segundo maior orgulho é estar, atualmente, cursando um Mestrado Profissional em Inovação e Empreendedorismo na FEA, a Escola de Administração da USP. 

Também sempre gostei de aprender outros idiomas. Aos 15 anos já havia concluído o curso de 5 anos de Inglês e o de 3 anos de Espanhol. Depois de ter morado nos EUA e Espanha, fiquei fluente nos dois idiomas e resolvi aprender também Italiano, que tem um objetivo mais pessoal (pela origem da minha família) que profissional. Nos últimos anos, também comecei a dar aulas de inglês em uma ONG. Foi nesse trabalho voluntário que descobri o meu prazer por ensinar, e que decidi fazer o mestrado para tentar mudar de carreira. Sinto uma realização e uma emoção muito grande em poder contribuir com a educação no nosso país.

O que eu almejo para o futuro é poder contribuir com o meu trabalho de alguma forma, seja implementando um projeto, liderando uma equipe ou ensinando de alguma forma. Ainda tenho vontade de voltar para o interior para viver uma vida mais tranquila, com maior qualidade de vida. Mas isso é um plano de longo prazo. Minha única certeza agora é que quero continuar sempre aprendendo e aumentando o meu conhecimento, me sentindo útil e produtiva e trabalhando com dedicação no trabalho que eu escolher.

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