Terapia do Vinho

  Você levou seu cachorro para passear.   Se você não tem cachorro, imagine que tem um.   E nesse passeio, você queria ir a uma praça perto da sua casa.   Essa praça fica apenas a algumas quadras.   Em uma caminhada comum, sozinho, você demora 5 minutos.   Mas você saiu com seu cachorro.   E seu cachorro é muito curioso. Ele adora observar e farejar tudo o que ele encontra.   Ele quer parar em cada árvore, em cada poste, ver cada cachorro, e cheirar cada pessoa que cruza o seu caminho.   Vocês passam por uma árvore e o seu cachorro gosta tanto que decide que não quer mais ir. Quer ficar somente ali.   Você tenta o arrastar, porque sabe que ele vai gostar muito mais da praça.   Sabe que ali tem muitas árvores, tem gramado, tem espaço para soltar a coleira e ele poder correr, brincar com outros cachorros, com crianças e com outras pessoas.   Mas ele não sabe disso.   E quer ficar ali.   E vocês começam uma disputa. ...

Hoje, durante uma sessão de meditação guiada, me imaginei sentada  em posição de lótus  em uma pedra bem grande, com vista para o mar e para um céu azul claro, a princípio sem nenhuma nuvem. A melodia do piano que me embalava se fundia harmoniosamente ao som das ondas se rompendo à minha frente. O cheiro era de mar, o gosto de sal. Mesmo estando de olhos fechados, eu podia visualizar o céu azul na minha imaginação.  De repente, algumas nuvens começaram a surgir. A princípio, nuvens tímidas e sem forma, que apenas anunciavam a chegada da umidade. Mas logo elas se tornaram fofinhas como algodão, e eu pulava sobre elas, como uma criança brincando no playground. Era como se as nuvens fossem meus problemas, e eu estivesse aprendendo a lidar com eles, ao invés de fugir.   Quando eu já não me importava mais com o que poderia acontecer naquele momento, veio a chuva. Daquelas típicas de verão, intensas e com gotas fortes e geladas. Eu estava de volta à pedra e não po...